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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Balanço de 2013

Nunca acreditei nas grandes e absolutas resoluções de vida. No que toca às pequenas e irrelevantes resoluções aí sim, podem contar comigo.
Tenho uma lista bastante insignificante sobre hábitos do meu quotidiano em que estou medianamente determinada a mudar.

1 - Utilizar menos emoticons para justificar a minha falta de disponibilidade emocional.
2 - Espalhar menos pity-likes no facebook.
3 - Usar menos o facebook.
4 - Andar mais a pé.
5 - Evitar dizer menos piadas secas (não vou conseguir, faz parte de mim e acho que devo abraçar esta parte da minha personalidade).
6 - Tentar ser mais organizada e não perder todos os meus pertences por tudo o que é sítio.
7 - Tentar falar português durante as primeiras horas matinais.
8 - Acordar a horas decentes e aproveitar o dia.
9 - Formatar o meu computador.
10 - Não encher o meu disco com episódios da série Nikita.
11- Sair a horas de casa.
12 - Comer menos rissóis.
13 - Abordar com menos frequência o assunto “anões’ durante uma conversa.
14 - Usar mais vezes o creme hidratante depois do banho quando é Inverno e está frio.
15 - Não perder bilhetes para concertos.
16 - Ir a menos concertos e poupar dinheiro.
17 - Ver o que posso fazer em relação à resolução número 16.
18 - Abraçar a glória de estar vivo. 

Tentei fazer um Top de coisas que gostei este ano mas não consegui. O ano é tão longo e ouves e vês tanta coisa que é difícil. No entanto posso dizer que passei parte do meu ano a ouvir o álbum dos Foxygen e Phosphorescent. O final do ano pertenceu à minha obsessão pelos Arcade Fire. 

Quanto a concertos que vi este ano, guardo como especiais o concerto de Explosions in the Sky e Daniel Johnston no Primavera Sound e de Sigur Rós no Coliseu do Porto. A habilidade da música para nos transportar para outras dimensões é algo que nunca me vai deixar de surpreender.




Para finalizar, várias imagens houve que marcaram este ano de 2013. Umas fantásticas, outras terríveis. Comigo e de forma totalmente involuntária, ficou esta. Fantástica e terrível. 



Um generoso 2014 é o que desejo a todos. Sejam bons, sejam honestos e sejam fortes. Boa sorte.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Memórias de um lugar querido


O fundo do corredor da casa dos meus avós. A porta está aberta. Aproximo-me da janela da entrada e vejo o rio por entre as telhas do 3º andar. Olho para a direita e vejo as escadas que dão para o sótão. O sótão tem uma porta pequenina, agora fechada mas onde o meu avô costumava sentar-se a arranjar as canas de pesca e os utensílios para o barco de madeira que ele tinha, o Faísca. Por cima da minha cabeça, a rola da minha avó continua a cantar.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

La Double Vie de Véronique


[A]: Please... Tea with lemon? And one coffee.
[V]: Have you been waiting long?
[A]: 48 hours. Maybe longer. It was worth it. I have to apologize.
[V]: For what?
[A]: I was afraid you wouldn't come.
[V]: I was afraid you wouldn't be here.
[A]: I had to be here. I would have waited for you. Two more days...or three. I wanted to be sure....I wanted to see if it was possible.
[V]: Be sure of what?
[A]: Whether it was possible...psychologically.
[V]: If what was psychologically possible?
[A]: Since you're here, you must know that I write children's books. But now I want to write a book...a real book. In this book there's a woman...a woman who responds to the call of an unknown man. So I wondered whether that was possible.




segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Temporais kármicos

É sempre surpreendente aperceber-me do elevado poder de catarse que as imagens do povo nórdico durante os temporais tem sobre mim. 

Observá-los atentamente a fazer figura de ursos nas ruas é para mim uma questão kármica e exerce sobre a minha pessoa uma grande sensação de vingança psicológica. 


Por fim, tudo acaba e volto à realidade do salário mínimo nacional de 485 euros.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

As Sensações que são Nossas

Uma tarde do mês de Setembro em Londres. Almocei com os amigos e a meio da tarde decidi ir fazer uma visita à Câmara dos Comuns. Não respeitando eu os horários incorruptíveis dos ingleses, quando lá cheguei o horário das visitas tinha terminado. Estava sozinha e a vontade de palmilhar ruas desconhecidas é demasiado tentadora. Caminhei, rua após rua. Encontrei o trilho do rio Tamisa e andei mais. Levava a máquina comigo e a música. Acho sempre que são nestes momentos que se encontram todas as grandes respostas do Universo. Estava no entanto enganada pois após duas horas de caminhada apercebi-me não que era mais conhecedora da vida mas sim que estava irremediavelmente perdida. Continuei a caminhar ao longo do rio. Virar à esquerda ou à direita. É uma questão de feeling. Há sempre a sensação de que se escolhermos correctamente vamos encontrar algo fascinante e revelador. Encontrei um bonito templo budista em Battersea Park virado para o Tamisa. Parei e olhei atentamente à minha volta para me assegurar que ainda estava em Londres. Estava. Atrás do templo estava um grupo de miúdos a fumar charros. 

Depois de ter dado várias voltas ao templo e ter sugado virtualmente toda a potencial espiritualidade do local, decidi continuar, aproveitar o final da tarde e quem sabe, no fim de tudo isso encontrar um paragem de metro (é a única forma de não me perder em Londres, pelo menos em 80% das vezes). Não encontrei. Saí do parque, atravessei talvez a minha terceira ponte desse dia e parei numa rua agitada. Finalmente fiz o que qualquer pessoa perdida e sensata faria. Apanhei um autocarro para Piccadilly Circus e cheguei a casa.

O que é esta tarde teve de especial. Nada. Milhares de pessoas já andaram por onde eu andei. Já atravessaram as mesmas ruas e as mesmas pontes. E provavelmente já pensaram o que eu pensava quando atravessavam aquelas mesmas ruas e pontes. Mesmo assim, quando olho para trás sei que aquele momento é meu e só meu. 

Chelsea Bridge, Londres, Setembro 2013.

O que as nossas sensações têm de real é precisamente o que têm de não nossas. O que há de comum nas sensações é que forma a realidade. Por isso a nossa individualidade nas nossas sensações está só na parte errónea delas. A alegria que eu teria se visse um dia o sol escarlate. Seria tão meu aquele sol, só meu! 

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

domingo, 17 de novembro de 2013

Frances Ha

Aquele sentimento bom com que ficas depois de ver um filme que te pareceu especial – Frances Ha.


Especial porquê? É outro filme filmado em Nova Iorque sobre os eternos jovens adultos que se recusam a crescer e não sabem o que querem da vida. Déjà Vu certo. 

Mas há uma força, um encantamento neste filme. Existe Frances, protagonizada por Greta Gerwig, uma rapariga de 27 anos completamente perdida nessa missão que é arranjar um rumo na tua vida quando tens 27 anos.

O filme é mostrado a preto e branco e etiquetado dentro do género New Wave com a assinatura do Noah Baumbach (Greenberg e The Squid and the Whale). Há muito sentido de humor e diálogos pensados e interessantes sobre essa coisa de teres vinte e poucos, tudo ainda ser uma possibilidade e o sinal de um desfecho feliz aparecer na forma de um apartamento só teu.


Frances: It's that thing when you're with someone, and you love them and they know it, and they love you and you know it... but it's a party... and you're both talking to other people, and you're laughing and shining... and you look across the room and catch each other's eyes... but - but not because you're possessive, or it's precisely sexual... but because... that is your person in this life. And it's funny and sad, but only because this life will end, and it's this secret world that exists right there in public, unnoticed, that no one else knows about. It's sort of like how they say that other dimensions exist all around us, but we don't have the ability to perceive them. That's - That's what I want out of a relationship. Or just life, I guess.


E este é afinal aquele filme independente que eu andava à procura desde o início do ano.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O caso Javier Bardem

Reflexões após ver o trailer do filme 'The Counselor'.

Nada sei deste filme para além da qualidade do elenco e da promessa de uma boa história. 

(Não vou mencionar aqui a extensão do meu fanatismo doente pelo Fassbender)

Por outro lado, tenho que ressalvar a consistência de maus cortes de cabelo de Javier Bardem.



Não sei que patologia psicológica o levou a fazer a associação de vilão a maus penteados mas é extremamente preocupante.


 

Peço, para a próxima, um risquinho ao meio num cabelo assim de cor numa espécie de dourado a estrebuchar. Sim, será Javier Bardem a fazer de Jorge Jesus. 

É um profundo e ardente desejo meu. Concede-me isso Javier.

sábado, 5 de outubro de 2013

Desaprender com Scott Matthew





Pronto, isto é assim. Não consigo parar de ouvir Scott Matthew. Ele tanto tem ar de Jesus arrependido como de sem-abrigo, mas meninos, faz música tão boa mas tão boa que, pessoalmente, me deixa um bocado preocupada porque temo me começar a derreter lentamente até ser apenas um bocado de massa disforme a arrastar-me por aí.

O último álbum dele chama-se 'Unlearned' e é só de covers. Desde da Harvest Moon (Neil Young), passando pela No Surprises (Radiohead) ou To Love Somebody (Bee Gees). As músicas são as que nós conhecemos mas na realidade já não são as mesmas. Foram reinventadas por Matthew numa realidade de canções paralelas baptizadas com a sua marca pessoal. Estas canções são dele agora.

Depois tem a Love Will Tear Us Apart dos Joy Division que essa, com certeza absoluta, vai fazer com que me encontrem à beira da coluna mais próxima cá de casa já em forma de batido.




Após ouvirmos a voz dele, seremos gelatina, mas seremos uma gelatina com sentimentos complexos.

Obrigada Scott Matthew.

Ele vai estar na Casa da Música dia 16 de Novembro. A não perder.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Cidade à beira-mar esquecida: Brighton

Andar em Brighton é um passeio bizarro e nostálgico. 

Temos as casas de arquitectura clássica da altura da Regência Britânica estoicamente viradas para o mar. Temos os piers ou paredões dispostos pelo mar dentro repletos de máquinas de jogos, luzes e todo o tipo de carrosséis e montanhas-russas.

Para mim a essência da cidade está naquela primeira-linha do mar e aquela praia. Praia essa feita de pedras enormes que não podem ser confortáveis. Agora consigo perceber porque é que os ingleses chegam aqui à praia de Matosinhos e pensam que até é alguma coisa em condições (tenho alguma dificuldade em respeitar a praia de Matosinhos desde que involuntariamente nadei com um penso higiénico em 1997).

Mas atenção, não estou de forma nenhuma a desdenhar a praia inglesa, há algo de encantador naquela visão áspera e heterogénea. Apesar de ser um bocado penoso caminhar por cima daquilo, pessoalmente adorei e tenho agora a parte debaixo dos pés muito lisinha. 

Temos ainda lojas hipster por toda a parte. Muito barzinho da moda, muito rapaz com bigodinho e cabelinho à foda-se. Há ainda muito bom vinil e muita arte mas claro, tudo caro para os bolsos de uma portuguesa pobre.

Apesar de tudo o que tem para oferecer, Brighton deixou em mim um sentimento de nostalgia. É uma cidade com interesse no futuro mas que não consegue (nem quer) abanar as fortes impressões do passado.



Há qualquer coisa de cidade esquecida à beira-mar em Brighton e é isso que a torna inesquecível. 

Apertei as mãos com um céu nublado, trauteei Smiths enquanto a conhecia e disse adeus a um pôr-do-sol magnífico. Não podia pedir mais a esta encantadora cidade. 

[Sem querer soar muito dramática (mas já soando)] - Até sempre Brighton e obrigada.

domingo, 8 de setembro de 2013

White Circus

 
Braga, Noite Branca, 07/09/2013 

And then there was yodeling Elaine the queen of the air who wore a dollar sign medallion
And she had a tiny bubble of spittle around her nostril and a little rusty tear
For she had lassoed and lost another tipsy sailor

Tom Waits

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Às vezes sou um bocado burra.

Hoje em seguimento de uma conversa com um amigo que esteve na África do Sul perguntei-lhe, isto depois 

dos meus pais terem gasto dinheiro para me pôr a estudar, se - atenção a isto -

...se ele quando lá esteve viu o apartheid.  

O apartheid.

Assim como quem vai ver a Torre Eiffel.

E depois calei-me para sempre. 


domingo, 1 de setembro de 2013

Everyday Is Like Sunday

 Matosinhos, 01/09/2013

This is the coastal town that they forgot to close down
Armageddon - come Armageddon! Come, Armageddon! Come!


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Wabi-Sabi

Eu e as minhas ocasionais colisões com as animações do Studio Ghibli.


Do you know? The speed at which cherry blossoms fall… 5 centimeters per second. At what speed must I live... to be able to see you again?

Byôsoku 5 senchimêtoru (5 Centimeters Per Second), 2007

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Benfica XXX



Compreendo que a causa é boa e não quero de maneira nenhuma soar insensível mas vi isto ontem à hora de jantar com a televisão quase sem som e a minha mente divagou um bocado.

Por momentos entrei em pânico porque achei que estava na cozinha a jantar com os meus pais e sem nos apercebermos estávamos todos a assistir ao começo de um filme que consistia num gangbang exclusivamente feito de benfiquistas.

Este é na verdade o meu quarto pesadelo mais recorrente. O primeiro é o Duque de Bragança a assar morcelas no banco de trás. 


domingo, 25 de agosto de 2013

Está Tudo Iluminado



Sinto-me um bocado estúpida por só ter visto este filme em 2013 e por todas as vezes que a capa do filme me passou à frente e mentalmente ter dito 'este fica para a próxima, hoje acho que vou ver aquele romance de época outra vez'.

'Everything is Illuminated' é a viagem completa. Desde os altos da grande comédia numa mistura de personagens bizarras num clash entre inglês, ucraniano e russo, até aos momentos mais tocantes e tristes que não conseguem deixar ninguém indiferente.


Ri muito, chorei um bocadinho (um bocado demais) e recomendo muito.

Antes de ver este filme andava a perguntar-me onde é que andam os filmes indie-quirky deste ano (juro que não sei o que faça, não sei se é por culpa dos chineses, não encontro aquele pequeno filmezinho independente meio escondido para me alimentar o ego pseudointelectual) mas para já não vou fazer grande alarido.



Para os indie-flicks deste ano fica a promessa 'Prince Avalanche'. Tem o Paul Rudd, o que poderia à partida implicar um filme de comédia merdosa, mas sinto que desta vez não é o caso. Aliás, sinto que é desta que o Paul Rudd faz um papel de jeito e não aquelas personagens do costume que parecem aquelas bolachas dietéticas que sabem a esferovite. 

Não que eu alguma vez tenha provado esferovite. Isso seria estúpido e levemente demente.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Devoção ou fetiche?

Nicolás Maduro disse que dorme, muitas vezes, junto aos restos mortais de Hugo Chávez. 




Não quero ser aquela pessoa que vem e começa a dizer cenas desconfortáveis mas...

Necrofilia?




Super chocante.

domingo, 11 de agosto de 2013

Do not fuck with Oprah Winfrey



Não sei bem o que se passou mas alguém tentou foder a Oprah e ninguém fode a Oprah. 

O racismo é uma coisa feia e admitamos, os suíços são bastante cabrões em questão de gostarem de outra coisa que não sejam outros suíços, e de suíços com dinheiro. E paraísos fiscais. E relógios super fantásticos. E vacas que dão bom chocolate. São em conclusão um povo que me irrita tremendamente.

Faço a cena na minha cabeça e imagino a Oprah a entrar na Trois Pomme de chinelos e calças de licra cor-de-rosa a pedir para ver uma mala e do lado do balcão uma escanzelada armado ao chic a achar que ela tinha saído do gueto de Zurique. Isto se de facto existissem guetos em Zurique, óbvio que não. O último cigano avistado na Suíça foi em 1987 e dizem que foi fulminado com os primeiros raios de sol do dia e reduzido a pó.

Moral da história. Nunca ser xenófobo, nunca ser racista. Nunca sabemos quando é que uma super celebridade negra, que para infelicidade tua não soubeste reconhecer, te vai entrar pela loja dentro e pedir-te para ver um artigo teu. Pratica a xenofobia sim, mas com rigor e disciplina.

Oprah não brinca e a rapariga em questão está, muito provavelmente, morta numa valeta qualquer de Zurique neste momento. 

No entanto a Suíça continua a não estar atenta aos sinais e prossegue a alta velocidade em direcção à alta sumidade da exclusão social e desrespeito pelos Direitos Humanos.


Adorável. Simplesmente adorável. 



sábado, 10 de agosto de 2013

Não gosto de deixar o sítio do 'Título' vazio.

Era uma miúda feliz se pudesse ter um armário só com as piadas do Hugleikur Dagsson estampadas em t-shirts.


E agora vou dormir porque tenho grandes planos para amanhã de manhã que provavelmente se vão converter em dormir até antes da hora do almoço.

Não se a minha vizinha quiser ouvir Chitãozinho e Xororó antes das dez da manhã.


Cumprimentos a todos lá em casa.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Mira Amaral e aquela música dos GNR



Sempre que fazem uma reportagem com o Mira Amaral deviam fazer aquele aviso genérico de telejornal sempre que acontece alguma calamidade extrema.

Assim: 

As próximas imagens contêm cenas chocantes e não são aconselhadas a pessoas sensíveis. 


Com isto a dar à hora de jantar é sempre um bocado mais difícil focares-te naquela febra de peru que tens no prato. Quase impossível. 
 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Maldizendo os russos pela noite dentro

Às duas da manhã a ler manuais e a ver vídeos no youtube sobre como fazer rewind ao filme dentro de uma Zenit-E.


Acho que preciso de mais 10 pessoas aqui para me ajudar a lidar com este botões todos.

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Actualização:

Depois de perder a sensibilidade de 2 dedos - missão cumprida. As pequenas vitórias, são as pequenas vitórias.

Fun Home

Deixei um livro que ando arrastar comigo durante os últimos dois meses (não é o livro que é mau, eu é que sou uma leitora de merda) para me agarrar a esta obra - “Fun Home - uma tragicomédia familiar”, de Alison Bechdel. 


A história é contada em formato de banda desenhada, e para os cépticos do grande Romance aí do fundo, resulta estrondosamente bem. De tal forma que seria impossível imaginar a história destas personagens/pessoas contada de outra forma.

O livro é autobiográfico e consiste numa catarse bem humorada com laivos de honestidade, inteligência e ternura sobre a relação da autora com o seu pai.




Após esta experiência tão positiva, a minha resolução é a partir de agora ler pelo menos dois romances gráficos seguidos. Quase como protesto.

Nota: Super piças a todos aqueles que olharam para mim de lado no metro quando viram uma matulona de vinte e tais a ler banda desenhada. Sois uma vergonha para a sociedade.

domingo, 4 de agosto de 2013

Introdução a um blog que não fala sobre absolutamente nada


Tenho um blog novo [palmas do público].


Podia escrever num diário, num pedaço de papel escondido como os velhos e talentosos poetas. Mas tenho menos talento e mais ânsia por exposição.

Algo que deviam saber sobre mim. Gosto de passear de bicicleta pelo Parque. Tem todas as vantagens. Dá-me a possibilidade de exercitar e aproveitar o ar puro, mas acima de tudo proporciona-me uma sempre rica reflexão de antropologia enquanto queimo calorias.

Um dia normal no Parque. 
A destacar: 

Comecemos pelo básico. Há sempre o vulgar pervert sentado num banco de jardim, de perna alçada com as suas calças de terylene. Não sei que tipo de satisfação é que ele tira ao estar ali a olhar para mulheres de meia-idade vestidas com calças de fato-de-treino. Mas não vou julgar.
Sim sim, pode ser um pedófilo bucólico. Não tinha pensado muito nisso.

Depois há os casais muito apaixonados, os casais mais ou menos apaixonados, os casais menos apaixonados, que decidem ser radiantes/miseráveis ao ar livre. 

Há sempre as famílias numerosas com mesas de plástico e geladeiras que te fazem sentir mal porque achas de repente que estás a invadir a sala de jantar deles quando te aproximas.

Há aquelas pessoas que levam os seus cães minúsculos a passear. Juro que deve haver um concurso do qual não estou suficientemente a par que consiste em levar o canino mais pequeno a passear e conseguir que ele não saia de lá espetado numa roda 26 (o cão era absolutamente fofo e só me apeteceu roubá-lo e fugir-mos juntos em direcção ao pôr-do-sol).

Depois a nível pessoal, há sempre aquela vergonha pública de esconder os teus esgares de dor física quando passas por outras pessoas. 

O que eu gostava de parecer...




 O que eu realmente pareço...




E finalmente, aquele momento de algum desconforto quando tens de ultrapassar uma pessoa com mobilidade reduzida na sua cadeira de rodas. Nunca me habituei a esta. 

E é isto. Já chega. Já não tenho mais nada para dizer.

Adeus então.